Amar faz bem à saúde?
Milene
Vosgerau
Professora, Farmacêutica e Terapeuta
Comunitária
Qualquer
amor é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura.
Guimarães
Rosa
Se fosse possível definir o amor em sua magnitude e
beleza, quem sabe a sentença de Gandhi seja uma das que mais reflete seu
significado verdadeiro: ‘O amor é a força
mais abstrata, e também a mais potente, que há no mundo’. No mesmo sentido,
pensando em sua ausência, Madre Teresa declarou que ‘a falta de amor é a maior de todas as pobrezas’.
O amor pode ser definido como a valorização de
relacionamentos íntimos com outros, especialmente aqueles nos quais há
solidariedade e cuidados mútuos. Apesar da dificuldade compreensível de buscar
conceitos que abranjam a complexidade do que é o amor e ser amado, todas as
pessoas, independente de qualquer fator – seja cultura, filosofia, religião ou
condição – tem a capacidade de experienciá-lo em sua trajetória de vida.
O amor, em todas as suas manifestações, seja por
crianças, por pais, por amigos, por parceiros, dá profundidade aos
relacionamentos humanos. Quando vivenciado com intensidade, faz com que as
pessoas ampliem sua percepção de si, do outro e do mundo.
Historicamente a compreensão do fenômeno do amor tem sido dedicado à
poetas, artistas, filósofos, lideres religiosos e espiritualistas. No meio
científico, o estudo do amor tem sido negligenciado, e são escassas as
investigações sobre o tema, seja na sua dimensão neurobiológica, psicológica,
social ou na área da saúde. No Brasil, inexistem trabalhos neste âmbito. A
maioria das informações disponíveis sobre essa importante emoção está
sustentada no conhecimento empírico.
No que concerne aos poucos estudos publicados, o amor tem
uma forte relação com o sentimento de vínculo, apoio, suporte e integração
social. Num texto clássico na área da psicologia, Cobb (1976) destaca que o
suporte social está vinculado à crença que os indivíduos tem de acreditar que é
amado e que as pessoas se preocupam com ele. Isto demonstra a existência ou
disponibilidade de pessoas em quem se pode confiar, sujeitos que nos valorizam
e gostam de nós.
Estudos sobre a interrelação entre amor, apoio social e
saúde são especialmente relevantes em grupos etários específicos, como no caso
da velhice, já que o isolamento social e a ausência de parentes,
especificamente parentes mais próximos tais como cônjuge ou filhos, estão
associados com doença e mortalidade entre pessoas idosas.
A idéia de que as relações sociais familiares e entre
amigos podem promover melhores condições de saúde física e mental tem sido
comprovada cientificamente. O amor compartilhado contribui significativamente
para um senso de controle pessoal, e isso tem uma influência positiva no
bem-estar psicológico.
De acordo com Stefano e Esch (2005), o amor tem
consequências para a saúde e bem-estar. Entre as investigações publicadas,
verificou-se que ter cônjuge tem sido associado à redução de angina pectoris em
homens e úlcera duodenal.
O amor dos pais tem sido associada a
menor morbidade por doenças crônicas e a menores taxas de mortalidade
por câncer. Aspectos do amor também
tem sido relacionadas à redução
de estresse, maior autoestima, menor tendência ao
comportamento suicida e melhor
autopercepção de saúde.
A saúde e o amor estão entrelaçados de maneira
surpreendente. Afinal, os humanos foram feitos para conectarem-se uns aos
outros!!!
Parabéns a todas pelo belíssimo trabalho
ResponderExcluirParabéns a todas pelo belíssimo trabalho
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