Bem-vindos ao novo blog de saúde coletiva!
Por aqui, eu, aluna de biomedicina da UFPR e outros profissionais relacionados à saúde iremos introduzir novos temas científicos, pessoais, espirituais, entre outros.
Como primeiro post gostaria de contar como cheguei até aqui. Estava no terceiro ano de biomedicina, quando me encontrei na situação clara de desespero de final de curso. Não me encaixei no perfil padrão do curso de pesquisadora ou profissional de laboratório. Queria algo diferente, que me conquistasse. Foi quando tive aula de epidemiologia e minha professora fez um convite para turma de participar de rodas de terapia comunitária integrativa (TCI) em um centro redentorista. Então a procurei e mostrei interesse em conhecer e participar. Quando fui para a roda, conheci uma terapia completamente diferente, na qual todos falavam e escutavam, perguntavam e refletiam. E pela primeira vez, diferente do modo em que fui criada, me senti à vontade para falar sobre o que sentia, sobre meus problemas. Ali na roda ninguém é melhor que ninguém, ninguém julga, todos aprendem sobre si mesmos e sobre o próximo. Além de as pessoas poderem ter seu espaço para desabafar, o terapeuta faz nas rodas uma pergunta reflexiva. E realmente fazem você pensar, conversar com você mesmo.
O engraçado dessas rodas, é que imaginei que nem todos iriam se sentir a vontade se expondo desse modo, porém é irresistível, você vê todos sendo tão sinceros com os outros e com eles mesmos, alguns aflitos, outros felizes. Querendo ou não, somos sedentos por cuidados da nossa saúde mental. Profissionais, amigos, a mídia nos ensinam a cuidar do nosso corpo: o que devemos comer e que exercícios fazer, porém ninguém nos ensina a cuidar de nossa mente. O que fazer quando estamos ansiosos, aflitos, nervosos, tristes, depressivos? Geralmente nos isolamos e ignoramos os sintomas. Mas é muito bom saber que existe um modo de trabalhar nossa saúde mental, de nos confrontarmos para entendermos nós mesmos.
Imagem: http://blog.uneb.br/?p=4983
O tratamento na TCI acaba acontecendo dentro da gente, sem nem percebermos: ouvindo e refletindo. De uma forma ou de outra nos tornarmos terapeutas de nós mesmos, assim como os companheiros da roda e o terapeuta formal.
Nesse centro redentorista foi feita uma pesquisa que demonstrou uma melhora no estado emocional das participantes das rodas depois delas acontecerem. Esse resultado só demonstrou o que já tínhamos vivenciado com o grupo.
Através da TCI, fui me apegando a saúde pública e as práticas integrativas e complementares. E por isso nosso grupo criou o blog. Para que tudo o que aprendemos esteja disponível para vocês conhecerem também!
Letícia
Obs: O criador das rodas de TCI, Adalberto Barreto, escreveu um livro sobre o assunto, que explica como funcionam as rodas e para quem quiser conhecer mais sobre a TCI pode acessar esses sites:
http://www.abratecom.org.br/
http://www.noos.org.br/portal/formacaotci
http://consciencia.net/adalberto-barreto-terapia-comunitaria-integrativa/
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